I. A China nunca buscará a hegemonia mesmo que se engrandeça

Há 600 anos, Zheng He, navegador chinês, liderou a maior frota do mundo naquela altura para visitar o leste da África. A frota transportou chá e porcelana e transmitiu mensagens de bondade e amizade para lá, sem ocupando um centímetro de terra da África.

Há 60 anos, o Presidente Mao Zedong da China teve um encontro com o General Montgomery do Reino Unido, que lhe fez uma pergunta eufemisticamente, Se a China tenderia a invadir como outras potências quando tornar forte em 50 anos? O Presidente Mao respondeu, O território da China agora é de 9,6 milhões de quilómetros quadrados e será o mesmo em 50 anos. Seríamos os invasores se ocupássemos um centímetro de terra dos outros.

Hoje em dia, a China já é a 2ª maior economia mundial e o seu poderio nacional foi elevado significativamente. No entanto, o território terrestre do país ainda é de 9,6 milhões de quilómetros quadrados. Muitas pessoas perguntaram-me, Porque é que a China não enveredou pelo caminho de invasão, pilhagem, guerra, colonização, expansão e hegemonia, tal como algumas antigas potências? Porque a China não tem o gene de invasão, anda sempre no caminho de desenvolvimento pacífico e jamais buscará hegemonia quando se engrandecer .

II. A proposta da China: construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade 

Há 6 anos, o Presidente Xi Jinping da China propôs, na 70ª sessão da Assembleia Geral da ONU, a construção de um novo modelo de relações internacionais centralizadas na cooperação de ganhos compartilhados e de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade, eis a proposta da China destinada a resolver os problemas atuais do mundo.

O surto da pandemia do Covid-19 avisa-nos de uma forma especial que vivemos numa aldeia global de destino comum e a humanidade é uma comunidade de futuro compartilhado para honra e desgraça. Devemos superar juntos as dificuldades e envidar esforço conjunto para fazer do nosso planeta uma grande família harmoniosa e tornar a aspiração por uma vida melhor de todos os povos do mundo numa realidade. A construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade trata-se de formar um mundo limpo, belo, aberto e inclusivo, com paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum.

O conceito da Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade deriva-se da mente aberta da China de que o mar é grande por receber todos os rios, da bela visão social da China de que um deve valorizar não apenas o seu próprio país, mas ainda os outros, o que contribui para o florescimento de todos, e da filosofia confucionista tradicional da China de que com a irmandade universal, todo o mundo é uma família. A construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade já foi escrita não só na Constituição da China, mas também nas diversas resoluções da ONU.

III. A iniciativa da construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota: importante plataforma de prática para a construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade

No ano 2013, o Presidente Xi Jinping da China lançou a iniciativa de cooperação da construção conjunta da Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda do Século XXI (designada por Uma Faixa e Uma Rota), que demonstra o senso da Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade e se torna numa importante plataforma de prática e num caminho brilhante para a construção da mesma.

Mesmo que a iniciativa seja proposta pela China, as oportunidades e os frutos resultantes pertencem a todo o mundo. A construção de Uma Faixa e Uma Rota abrange diferentes  regiões, civilizações, e estágios de desenvolvimento e está em conformidade com o forte desejo e anseio de todos os povos por oportunidades compartilhadas e uma vida melhor. Até ao mês de Outubro do ano corrente, 140 países e 32 organizações internacionais já assinaram com a China 206 documentos da cooperação de construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota. Atualmente, o círculo de amigos da construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota fica cada vez maior, a qualidade de cooperação cada vez melhor e o futuro de desenvolvimento cada vez mais risonho.

A razão pela qual a iniciativa fica tão aplaudida e exitosa é persistir no princípio de consulta mútua, construção conjunta e compartilhamento de frutos. Respeitamos plenamente as diferenças entre os países, procuramos mais convergência dos interesses comuns e abordamos juntos o modo de cooperação que se adapta às realidades dos países. Jamais impomos unilateralmente a nossa vontade aos demais. Isso é trabalharem juntos com consulta amistosa e fazerem um bolo maior para dividir.

IV. A cooperação sino-guineense alcançará novos avanços sob a iniciativa da construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota

No dia 22 de Novembro de 2021, Sua Excelência Ministra de Estado dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Sra. Suzi Barbosa e eu assinámos o Memorando de Entendimento sobre Cooperação no Âmbito da Iniciativa da Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda do Século XXI como representantes dos nossos respectivos governos. Isso significa que a cooperação bilateral já entrou numa nova etapa e será orientada pelo espírito da rota da seda com o núcleo da paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua, benefício recíproco e ganhos compartilhados. No âmbito do Memorando de Entendimento, a parte chinesa está disposta a trabalhar juntos com a parte guineense para promover coordenação de política, conectividade de infraestrutura, livre fluxo de comércio, integração financeira e entendimento entre os povos, a fim de alcançar desenvolvimento e prosperidade comuns através de consulta mútua, construção conjunta e compartilhamento de frutos.

Como o Embaixador da China, estou disposto a fazer esforço conjunto com os amigos guineense no sentido de encorajar os investidores chineses a investirem na Guiné-Bissau para ajudar o desenvolvimento do agro-processamento e a realização da industrialização do país a passos firmes, e promover a exportação à China dos produtos agrícolas e os seus transformados guineenses de boa qualidade para beneficiar os dois povos. Vamos também promover conjuntamente a cooperação bilateral na área da infraestrutura, apoiar a conclusão em prazo previsto do projecto da assistência chinesa da estrada Bissau-Safim, e continuar a realizar cooperação nas áreas como saúde, higiene, anti-Covid-19, defesa nacional, segurança, formação de pessoas, entre outros.

Espero que, através do nosso esforço conjunto, possamos alcançar complementaridade das vantagens, benefício recíproco e ganhos compartilhados, deixando o povo guineense ter mais percepção de ser beneficiado pela iniciativa da construção conjunta de Uma Faixa e Uma Rota. Vamos escrever juntos o capítulo magnífico da Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.

Por: Guo Ce                               
Embaixador da República Popular da China na Guiné-Bissau